quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Diário de Bordo - Parte 5 - 13 de julho





Parte 5 – Dia de Pagamento
Navegando, 13 de julho de 2008 (domingo)


Dia 10- Aparentemente este seria o dia mais confuso de todos, era dia de pagamento, o pagamento é efetuado quinzenalmente, e eu estava no treinamento (que era obrigada a comparecer) com meu Pager tocando a cada 5 minutos. Não podia sair e não conseguia me concentrar aflita com o Pager. Quando consegui me livrar do treinamento levei a primeira bronca do meu chefe por não estar no pagamento as 9h da manhã, era sempre minha obrigação junto com o Gerente de Entretenimento Infantil cuidar dos pagamento, não havia flexibilidade, eu era obrigada a estar no treinamento e não podia faltar ao pagamento. O dia passou de fato confuso, mas no final me sentia um pouco mais familiarizada com minha rotina, ao contrário de meus colegas de departamento eu não dormia no período da tarde, voltava para o escritório, ainda levava muito tempo para me localizar nas centenas de formulários, que estavam espalhados em 4 drives diferentes. Em um navio qualquer solicitação, mudança, adiantamento de despesas, qualquer passo tem que ser autorizado depois de uma certa burocracia e o preenchimento de muitos papéis.



Era noite formal novamente e eu ainda não estava habituada em ter que voltar para o escritório completamente arrumada como se fosse para um baile só para me sentar atrás do computador. Nosso escritório ficava no centro do navio, local onde acontecia a recepção do capitão, as mesas do escritório estavam cheias de bandejas de canapés, garrafas de champagne e latas de refrigerantes, por conta disso muitos funcionários vinham nos visitar, já que não podiam experimentar os canapés na frente dos hóspedes. No meio desta confusão eu estava distraída trabalhando e de repente o comandante Tommy entrou na sala, sentou-se exausto, pudera após quase 2h apertando mãos e sorrindo e pousando para as fotos quem não estaria. Ele começou a puxar assunto com todos, apesar de jovem, o simpático norueguês era a maior autoridade no navio e sua presença intimidava, as pessoas foram saindo da sala gradativamente. Ele comentou que estava animado para chegarmos ao Brasil, seria sua primeira vez em terras brasileiras, eu tinha trabalho demais para organizar, conversei com ele apenas por 5 minutos para não parecer antipática, mas queria mesmo era me concentrar nas minhas obrigações.
O mais engraçado foi quando o telefone do gerente de excursões tocou e como ele não estava no setor o comandante atendeu: - Aqui é o Comandante Tommy!
É obvio que a pessoa do outro lado da linha não acreditou e ficou brincando com ele como se fosse um trote, ele simplesmente entrou na brincadeira e desligou o telefone rindo da situacao.
Neste dia minha companheira de cabine voltou para dormir por volta de 2h da manhã, chegou fazendo um barulho enorme e subiu na parte de cima do beliche com dificuldades, acordei com o movimento, mas não me levantei.
No dia seguinte meu chefe me intimou a levar para o setor músicas brasileiras. Ele trabalhava o tempo todo ouvindo músicas agitadas em volume alto, bem alto, não dava para ouvir o pensamento e ficávamos na mesma sala. Levei Daniela Mercury e ele ficou tentando sambar, foi hilário.

Se você tem curiosidade em quem são as pessoas que trabalham em navio segue algumas dicas do site http://www.cruzeirosmaritimos.info

Que tipo de pessoas trabalha em navios de cruzeiro?
Todos os tipos de pessoas, especialmente aqueles procurando por uma nova carreira e ocasionalmente estudantes e aposentados.
Que tipo de experiência profissional é mais comum entre os contratrados?
Na maioria os que já tem alguma experiência em hotelaria: hotéis, restaurantes e bares.

É necessário o domínio do inglês?
Sim, é uma prioridade. Outras linguas também são bem vindas.
Que tipo de experiência profissional é mais comum entre os contratrados?
Na maioria os que já tem alguma experiência em hotelaria: hotéis, restaurantes e bares.

É necessário o domínio do inglês?
Sim, é uma prioridade. Outras línguas também são bem vindas.
Por quanto tempo posso trabalhar em um navio?
Você vai assinar um contrato de 6 a 8 meses que pode ser prolongado para até 10 meses, período após o qual seguem férias compulsórias. Um novo contrato pode ser oferecido após essas férias.

Qual a jornada de trabalho diária em um cruzeiro?
De 8 a 10 horas, 7 dias por semana.

Como são as acomodações no navio?
Cabines pequenas, compartilhadas entre 2 funcionários. Todas possuem TV, aparelho de DVD e poucas tem janelas, o banheiro fica dentro da cabine e o funcionário deve dar gorjeta quinzenal à pessoa que limpa a sua cabine.
E se eu ficar doente?
O atendimento médico é gratuito. O seu empregador irá pagar pelo seu seguro saúde.

Quem paga pela passagem de avião da minha cidade até o porto?
Você irá comprar uma passagem de ida no primeiro contrato, se ficar até o final do contrato a empresa paga pela sua passagem de regresso ao seu país.

Para onde devo mandar o meu currículo?
Você pode enviar diretamente para a companhia de cruzeiros, porém a melhor forma é procurar diretamente uma agência de recrutamentos.

Para onde os navios viajam?
América do Norte, Central e do Sul, África do Sul, Egito, Mar Mediterrâneo, Norte da Europa e Pacífico




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