quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vocabulário Economês - de J a T

Economês

Fonte: Traduzindo o Economês para entender a economia brasileira na época da globalização
de Paulo Sandroni

De J a T
JUROS SUBVENCIONADOS. É a denominação dada a uma taxa de juros cobrada por uma dívida quando esta é inferior às taxas praticadas no mercado. Quando isso acontece, o credor está subvencionando o devedor. Essa ajuda pode estar relacionada com vá­rias razões: ou porque o credor reconhece que o de­vedor encontra-se em situação difícil e essa é a única forma de a dívida ser paga, ou porque as taxas de juros de mercado estão artificialmente e/ou tempora­riamente elevadas, ou mesmo porque interessa ao credor que o devedor desenvolva atividades considera­das prioritárias mas de baixa lucratividade.
JUST IN TIME (JIT). É também denominado Sis­tema de Produção Toyota, ou Sistema Kanban, e tam­bém traduzido como “Produção Apenas-a-Tempo”. Trata-se de um sistema de controle de estoques de­senvolvido pela Toyota, no qual as partes e compo­nentes são produzidos e entregues nas diferentes se­ções um pouco antes de ser utilizadas. A definição mais sintética desse sistema seria “a peça certa, no lugar certo, no momento certo”. Esse sistema torna os estoques mínimos e os fluxos máximos dentro e fora das empresas.
MOODY’S INVESTORS SERVICE. É uma empre­sa norte-americana especializada em avaliação de risco e em aconselhamento para investidores, subsidiária da Dun & Bradstreet Inc., que pública informes financei­ros — Moody’s Bond Rating — analisando a situação de títulos vendidos ao público. As qualificações das ações e títulos emitidos por corporações variam de Aaa (mais alta qualidade) a Caa (qualidade mais bai­xa); os títulos classificados como Baa para cima são aqueles considerados adequados para investimento.
MORATÓRIA. É uma declaração unilateral do de­vedor anunciando que não pagará uma dívida nos prazos, taxas de juros e demais condições estipuladas nos contratos. Trata-se de medida extrema que em ge­ral bloqueia novos empréstimos externos para o país que toma atitude semelhante. Ou melhor, os fluxos financeiros internacionais se reduzem drasticamente em relação ao país que declara a moratória
NASDAQ. Iniciais de National Association for Security Dealers Active Quotations, que é um sistema de informações computadorizadas que abastece cor­retores em todos os Estados Unidos com as cotações de preços transformados em índice de um grande nú­mero de ações. Inclui tanto títulos negociados nas Bol­sas de Valores de Nova York como aqueles transacio­nados over-the-counter, isto é, títulos de empresas não listadas ou não registradas nas Bolsas de Valores. O Nasdaq é o principal meio de transações over-the-coun-ter nos Estados Unidos. Como inclui ações de empresas que atuam via Internet, sua variação é bem maior do que o índice Dow Jones.
NEOLIBERALISMO. Doutrina político-econômica que representa uma tentativa de adaptar os princípios do liberalismo econômico às condições do capitalismo moderno. Estruturou-se no final da década de 30 por meio das obras do norte-americano Walter Lippmann, dos franceses Maurice Allais, Jacques Rueff e L. Baudin e dos alemães Walter Eucken, W. Röpke, A. Rüstow. Como a escola liberal clássica, os neoliberais acreditam que a vida econômica é regida por uma ordem natural formada a partir das livres decisões individuais e cuja mola mestra é o mecanismo dos preços. Entretanto, defendem o disciplinamento da economia de mercado, não para asfixiá-la, mas para garantir-lhe sobrevivên­cia, pois, ao contrário dos antigos liberais, não acre­ditam na autodisciplina espontânea do sistema. Assim, por exemplo, para que o mecanismo de preços exista ou se torne possível, é imprescindível assegurar a es­tabilidade financeira e monetária: sem isso, o movi­mento dos preços tornar-se-ia viciado. O disciplina­mento da ordem econômica seria feito pelo Estado, para combater os excessos da livre-concorrência, e pela criação dos chamados mercados concorrenciais, do tipo do Mercado Comum Europeu. Alguns adeptos do neoliberalismo pregam a defesa da pequena em­presa e o combate aos grandes monopólios, na linha das leis antitrustes dos Estados Unidos. No plano social, o neoliberalismo defende a limitação da herança e das grandes fortunas e o estabelecimento de condi­ções de igualdade que possibilitem a concorrência. Atualmente, o termo vem sendo aplicado àqueles que defendem a livre atuação das forças de mercado, o término do intervencionismo do Estado, a privatização das empresas estatais e inclusive de alguns serviços públicos essenciais, a abertura da economia e sua in­tegração mais intensa no mercado mundial.
OMC. São as iniciais de Organização Mundial do Comércio, organismo que substituiu o Gatt (General Agreement on Trade and Tariffs, Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas), que esgotou suas atividades de acordo provisório na reunião de Marrakesh (Marro­cos), onde 97 países assinaram um acordo para a sua constituição a partir de 1995. À diferença do Gatt, a OMC terá caráter permanente, tendo entrado em fun­cionamento em 1999. A OMC é o foro onde são tra­tados e decididos assuntos relacionados ao comércio de mercadorias e serviços entre os países que com­põem este organismo.
OPÇÃO. Significa um direito negociável de compra de mercadorias ou títulos, ações etc., com pagamento em data futura e preços predeterminados. A opção é largamente utilizada no mercado de commodities (café, açúcar, cacau, soja etc.) e no mercado futuro de ações. Nas operações de câmbio, a opção decorre do acordo entre as partes — operadores e banco ou financeiras —, em termos contratuais, pelo qual uma delas fica com o direito de escolha do dia que mais lhe convier para fazer a entrega e a liquidação do câmbio dentro dos dispositivos estabelecidos no contrato.
PIB. Sigla constituída pelas iniciais de Produto In­terno Bruto, é a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos num determinado país durante um ano. É por meio do aumento ou diminuição do PIB que se conhece a situação de uma economia, isto é, se houve ou não crescimento em determinado ano. O resultado final é dado em termos absolutos (tantos bilhões de dólares, por exemplo) ou relativos, quando aparece uma porcentagem de crescimento (ou de de­créscimo) em relação ao ano anterior.
PRIVATIZAÇÃO. Este termo tem origem no fato de tanto a União como Estados e municípios serem acionistas majoritários de empresas denominadas em­presas estatais. A partir de 1991 o governo federal ini­ciou um agressivo programa de venda das ações e do controle acionário dessas empresas, passando para o setor privado da economia uma série delas, as do setor energético, as de telecomunicações e algumas em­presas do setor financeiro. A intenção era utilizar tais recursos no abatimento da dívida interna. Mas não apenas esses recursos foram insuficientes, dado o in­tenso crescimento da dívida interna a partir daquela data, como também não entraram nos cofres públicos no tempo certo para tal abatimento.
RECEITA FISCAL. Receita obtida por um governo mediante a cobrança de impostos.
RENÚNCIA FISCAL. Iniciativa governamental de renúncia à cobrança de impostos de atividades que se deseja estimular, proteger ou atrair durante um de­terminado período. A renúncia fiscal pode ser com­plementada pela concessão de juros subsidiados às empresas ou atividades que se deseja atrair.
SECURITIZAÇÃO. Este termo origina-se da pala­vra inglesa security, que significa o processo de trans­formação de uma dívida com determinado banco cre­dor em dívida com compradores de títulos emitidos por esse banco. Na realidade, trata-se da conversão de empréstimos bancários e outros ativos em títulos (securities) para a venda a investidores que passam a ser os novos credores dessa dívida. Tem sido a forma que países com elevadas dívidas externas encontraram para renegociá-las. Por exemplo, a dívida externa bra­sileira com determinados bancos privados estrangeiros foi securitizada, isto é, esses bancos venderam títulos baseados nessa dívida para tomadores que compram estes títulos — evidentemente com deságio — e pas­saram a ser os novos credores dessa parte da dívida externa brasileira.
STANDARD & POOR’S. É uma empresa de con­sultoria de investimentos (classificação de créditos), subsidiária da McGraw Hill, controladora da revista Business Week, que fornece indicadores, coeficientes etc. sobre ações, títulos, securities para os investidores por intermédio do Standard & Poor’s Bond Rating. A em­presa também realiza a compilação de índices do mer­cado, dos quais o mais importante é o Standard & Poor’s Index das quinhentas maiores empresas indus­triais dos Estados Unidos. Em conjunto com a Moody’s Investors Service, é a mais importante empresa de con­sultoria para investidores dos Estados Unidos.
STOP-GO. Expressão em inglês que significa, lite­ralmente, “parar e prosseguir”, mas que consiste numa política econômica de fomento ao crescimento da eco­nomia sem que ela atravesse grandes turbulências de crises pronunciadas ou taxas de crescimento exagera­das. Isto é, busca-se o crescimento num ritmo mais lento, mas com menores oscilações. O primeiro termo, stop, significa o momento em que o Banco Central ou a Reserva Federal, nos EUA, provocam uma elevação das taxas de juros, inibindo o investimento e o consumo e cortando o ritmo de crescimento da economia. O segundo termo, go, significa o momento em que o Banco Central ou a Reserva Federal fazem exatamente o oposto, isto é, promovem uma redução das taxas de juros, estimulando os investimentos e o consumo e fazendo com que a economia retome seu ritmo de crescimento.
TAXA DE JUROS REAL. É a taxa de juros corrente ou nominal da qual foi descontada a inflação.
TAXA DE JUROS SELIC. Selic são as iniciais de Sistema Especial de Liquidação e Custódia e significa que as taxas de juros cobradas por esse organismo são as taxas básicas do sistema financeiro brasileiro, uma vez que são garantidas por títulos da dívida pú­blica federal.
TESOURO NACIONAL. Secretaria do Ministério da Fazenda que centraliza a administração dos negó­cios financeiros da União, especialmente no que se refere às receitas e despesas públicas. Tem jurisdição em todo o território nacional e é representado, em cada Estado, por uma delegacia fiscal que executa os serviços fazendários. Ao Tesouro Nacional compete centralizar as receitas e realizar as despesas governa­mentais. As relações financeiras de receitas e despesas entre a União e Estados e municípios são administra­das por intermédio do Tesouro Nacional.

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