segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Presidência da Argentina - Cristina Kirchner


Cristina Elisabet Fernández (La Plata, 19 de fevereiro de 1953) é uma política e advogada argentina, senadora pela província de Buenos Aires. De 25 de maio de 2003 a Outubro de 2007 foi também primeira-dama do país, por ser esposa de Néstor Kirchner.
Em 28 de outubro de 2007 foi eleita 55.º presidente da Argentina.
Biografia e política
Cristina casou com o seu colega de estudos e de militância política Néstor Carlos Kirchner em 9 de Março de 1975. Juntos foram residir na província de Santa Cruz, onde se dedicaram à atividade privada como advogados. Têm dois filhos, Máximo e Florencia.
Cristina foi confirmada como candidata do Partido Justicialista (Frente para a Vitória, situação) para as eleições presidenciais de 28 de outubro de 2007 .Na madrugada de 29 de outubro, sua eleição em primeiro turno foi confirmada pela imprensa argentina com aproximadamente 47% dos votos válidos.


Cristina e o marido, Nestor Kirchner, Presidente da Argentina.
O Partido Justicialista (PJ), também conhecido como Partido Peronista, é o maior partido político argentino. Foi fundado pelo general Juan Domingo Perón, cujo sobrenome batizou este movimento político: o Peronismo.
Apesar de ser tachado de autoritário pelos seus opositores e pelos carentes de um maior conhecimento da história política argentina, o PJ só chegou ao poder na Argentina através da via eleitoral e democrática: Juan Domingo Perón em 1946, 1952 e em outubro de 1973; Héctor Cámpora em maio de 1973; Carlos Menem em 1989 e em 1995 e Néstor Kirchner em 2003 foram eleitos diretamente pelo povo. Adolfo Rodríguez Saá foi eleito pelo congresso argentino após a renúncia do presidente Fernando de la Rúa (filiado à União Cívica Radical, o maior rival do Partido Justicialista) em dezembro de 2001. Eduardo Duhalde também foi eleito desta mesma forma após a renúncia do próprio Rodríguez Saá, ocorrida em janeiro de 2002.
Isabel Perón chegou à presidência da Argentina após a morte de seu esposo Juan Domingo Perón, ocorrida a 1º de julho de 1974. Isabelita era então a vice-presidente da Argentina.
Também no bojo da crise política, social, moral e econômica de 2001/2002, o cargo de Presidente da Argentina foi desempenhado, em caráter provisório, pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Camaño e pelo presidente da Câmara de Senadores, Ramón Puerta, ambos peronistas.
Néstor Carlos Kirchner (Río Gallegos, 25 de fevereiro de 1950), atual presidente de seu país. Antes, foi governador da Província de Santa Cruz.
Kirchner nasceu na capital da província de Santa Cruz, na região da Patagônia. Seu pai, Néstor Kirchner, era um carteiro descendente de imigrantes suiços; sua mãe, María Ostoić, chilena descendente de imigrantes croatas, nascida em Punta Arenas. Realizou seus estudos primários e secundários em escolas públicas locais. Ingressou, depois, no Colegio Nacional República de Guatemala.
Kirchner militou no movimento justicialista como membro da Juventud Peronista, um setor juvenil de esquerda radicalmente oposto a Juan Carlos Onganía. No início da década de setenta, Kirchner estudou Direito na Universidad Nacional de La Plata, diplomando-se em 1976. No mesmo ano, logo depois do golpe de 24 de março, junto com sua esposa, Cristina Fernández, abandonou La Plata para retornar a Río Gallegos e dedicar-se a exercer sua profissão, afastado da política. Durante a ditadura militar de Videla foi preso em duas oportunidades.
Com o retorno da democracia em 1983, Kirchner se converteu em funcionário do governo provincial. Do final de 1983 até julho de 1984 foi presidente da Caja de Previsión Social da província, mas foi forçado pelo governador a renunciar devido a uma disputa sobre política financeira. Este incidente o fez conhecido no âmbito local, e constituiu o passo inicial de sua carreira política.
Em 1987 candidatou-se a intendente municipal (prefeito) de Rio Gallegos. Elegeu-se por escassa vantagem nas eleições de 6 de setembro, assumindo o cargo em 10 de dezembro. No mesmo pleito, o tempem peronista Ricardo del Val foi eleito governador de Santa Cruz, marcando o predominio do Partido Justicialista na província.
A gestão de Kirchner como intendente durou de 1987 a 1991, e garantiu sua eleição para governador da província em 1991, com 61% dos votos. Nessa época, sua esposa já era membro do congresso provincial.
Governador de Santa Cruz
Quando Kirchner assumiu o governo, Santa Cruz contribuía com apenas 1 % do PIB nacional, principalmente com a produção de matérias primas (principalmente petróleo), e enfrentava uma grave crise econômica, com elevados níveis de desemprego e um alto déficit fiscal. Suas políticas se centraram na realização de intervenções para estimular a atividade produtiva, o emprego e o consumo.
Diminuindo o gasto público e aproveitando-se dos lucros da indústria petrolífera, Kirchner restaurou o equilíbrio das contas públicas. A província alcançou níveis razoaveis de crescimento econômico, o que foi facilitado pela escala relativamente pequena da base econômica e do mercado de trabalho de sua província.
Seus críticos afirmam que sua gestão não foi diferente da maior parte dos governadores peronistas, e que seguiu as diretrizes políticas ditadas pelo então presidente Carlos Menem, baseando-se no personalismo e no autoritarismo, mantendo controle sobre a imprensa local e nomeando como juízes da Suprema Corte Provincial pessoas de sua confiança. O uso político do funcionarismo público e uma economia fortemente subsidiada teria levado ao clientelismo político em Santa Cruz.
Em 1994 e 1998, Kirchner conseguiu a aprovação de reformas na constituição provincial, que deixou de limitar o número de reeleições para governador. Em 1995, com as reformas já em vigência, Kirchner foi reeleito governador por ampla margem (66,5% dos votos). A partir desse momento Kirchner se distanciou de Menem, lançando uma linha interna dentro do partido chamada “Corriente Peronista”.
O tentativa de Menem, em 1998, de conseguir uma terceira eleição consecutiva para presidente gerou forte rejeição na sociedade argentina, no âmbito acadêmico e também dentro do Partido Justicialista. Kirchner se aliou ao principal opositor de Menem dentro do peronismo, o governador da Província de Buenos Aires Eduardo Duhalde.
Em maio de 1999 Kirchner foi reeleito governador de Santa Cruz com 54,7% dos votos, derrotando uma aliança entre a Unión Cívica Radical e os setores menemistas do justicialismo, chamado Movimiento Federal Santacruceño. Entretanto, nas eleições presidencialistas de 24 de outubro do mesmo ano, foi eleito presidente Fernando de la Rúa, candidato da la Alianza, coligação de forças de centro e da esquerda moderada, liderada pela UCR), que também conquistou a maioria na câmara dos deputados.
De la Rúa renunciou ao cargo tendo cumprido apenas metade de seu mandato após uma grave crise econômica e uma série de protestos populares, os panelaços. Após uma série de presidentes interinos, incapazes de estabilizar a situação, em janeiro de 2002 o Congresso nomeou Eduardo Duhalde para completar o período presidencial.
Duhalde desvalorizou o peso, e procurou controlar a crise econômica. Os acontecimentos de dezembro de 2001 haviam criado na sociedade argentina um forte sentimento de rejeição a toda a classe política, simbolizada pela frase “¡Que se vayan todos!” (que se vão todos).
Pesquisas de intenção de voto indicavam entre 60 e 70% de preferência para o governador de Santa Cruz, o que foi interpretado nem tanto como um apoio explícito aos méritos próprios de Kirchner, mas como uma rejeição a possibilidade de Menem presidir novamente o país. Em 14 de maio, Menem, após uma série de rumores e desmentidos, renunciou a candidatura, o que automaticamente converteu Kirchner em presidente eleito. Muitos analistas denunciaram a manobra de Menem, que, além de evitar uma derrota esmagadora, teve também a intenção de enfraquecer Kirchner, que ascendeu a presidência com a menor votação da história da Argentina.
Presidência da República
Kirchner assumiu em 25 de março de 2003, e manteve o ministro da economia de Duhalde, Roberto Lavagna, e outros membros do gabinete de seu antecesor. A política econômica do governo de Kirchner continuou as linhas estabelecidas por Lavagna, mantendo a desvalorização da moeda mediante uma forte participação do Banco Central na compra de divisas, impulsionando as exportações e levando a um crescimento econômico com taxas próximas de 10% do PIB. Em novembro de 2006 as reservas internacionais subiram acima de 30 bilhões de dólares, o desemprego baixou para 10% e a pobreza se manteve em 33,5%.
Kirchner manteve uma relação verbal conflituosa com o FMI, ainda que tenha optado, a exemplo de Lula, presidente brasileiro, pelo pagamento antecipado da totalidade da dívida com este organismo internacional (mais de 10 bilhões de dólares). Assim, apesar das declarações públicas, o governo de Kirchner foi o que mais pagou dívidas ao FMI em toda a história argentina.

Referências: COSTA, Antonio Luiz M. C. Vidas Paralelas. Nosso Mundo. Revista CartaCapital nº 434, 7/3/2007 pp. 30-32

http://pt.wikipedia.org/

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