terça-feira, 16 de junho de 2009

Interagir, inovar, renovar

Inovação satisfaz consumidores cada vez mais exigentes


Ao longo da primeira metade do século XX, a oferta de produtos e serviços era menor do que a capacidade do mercado de consumi-los. Isso quer dizer que toda produção era vendida. Os consumidores competiam entre si na busca de produtos, o que deixava os comerciantes em uma situação bem confortável. Esse cenário inverte-se durante as décadas de 70 e 80, quando a oferta passa a ser maior do que a demanda e os empresários começam a criar estratégias para conquistar clientes e vencer a concorrência.

O primeiro passo foi baratear o preço das mercadorias. As empresas que adotaram essa medida tornaram-se as preferidas do mercado. A tática, porém, foi eficaz apenas no início. Até o final dos anos 80, altos impostos de importação dificultavam a entrada de produtos estrangeiros no Brasil. Mas a partir da década de 90, o país começou a receber mercadorias mais baratas e de boa qualidade, principalmente da Coréia, de Taiwan e da China. Muitas empresas nacionais, acomodadas pela proteção alfandegária, não suportaram a concorrência e faliram.


Com o aumento da oferta, os clientes brasileiros começaram a exigir produtos melhores. Mais uma vez, os empreendimentos brasileiros tiveram que se adaptar às novas necessidades dos consumidores. Investir em qualidade não bastava, entretanto. Era preciso inovar ainda mais para criar um diferencial perante o mercado. As estruturas das empresas passaram por revisão minuciosa nas áreas organizacional, mercadológica, tecnológica, de marketing, de gestão, de produto, de processo, de serviços. A inovação transformou-se na marca do século XXI.

Além disso, os clientes passaram a preferir produtos cada vez mais personalizados. Em vez de querer exatamente o que o colega de escola ou de trabalho possui, os consumidores desejam produtos cada vez mais originais. Se você, empresário, quer acompanhar a evolução do mercado e aumentar a produtividade da sua micro ou pequena empresa, conheça melhor seus clientes. Essa mudança significa adquirir “olhar de mercado”.

Interação com o cliente é a chave do sucesso
O modelo mais tradicional de comunicação com o cliente é a pesquisa de mercado. O método, entretanto, é caro e nem sempre eficaz. Muitas vezes, o consumidor responde ao pesquisador que compraria um determinado produto. Na prática, porém, isso não acontece. Percebeu-se, então, que a melhor forma de saber do que o mercado precisa é a interação. Por esse motivo, as empresas começaram a apostar nos Serviços de Atendimento ao Cliente, nas ligações gratuitas por meio do número 0800.

Você, empreendedor, precisa encarar esse serviço como fonte valiosa de informação e não como despesa. Quando o cliente liga para reclamar do seu produto ou serviço, na realidade, ele está lhe dando uma preciosa dica de como você pode melhorar seu negócio e aumentar o faturamento. Para garantir o sucesso de vendas, o empresário deve manter sempre contato com o público. Assim, poderá saber se o produto precisa de adaptações, de melhorias.

O telefone não é o único meio de conhecer os desejos dos consumidores. É preciso criatividade para encontrar o tipo de interação que melhor se adapta ao perfil do seu cliente. Observe o exemplo da Camiseteria.com, que foi apresentada a você durante o programa de rádio de hoje da Rede de Conhecimento Faça Diferente, criada pelo Sebrae. A empresa promove um concurso entre os usuários do site para escolher as estampas a serem impressas nas camisetas e colocadas à venda.

O cliente cria um desenho e envia à camiseteria, que disponibiliza as imagens na página da internet. Em seguida, os internautas votam nas preferidas e as ganhadoras são comercializadas. Dessa forma, o empresário Fábio Seixas tem certeza de que as camisetas vão ser vendidas, tendo em vista que os produtos já passaram pela aprovação do público alvo.

Além disso, a empresa usa o talento dos próprios clientes como matéria prima e não precisa pagar desenhistas para criar as estampas. Os consumidores criam o design e ainda compram o produto final! O papel de Fábio se restringe a viabilizar a fabricação das camisetas. A ideia do empresário pode ser adaptada a empreendimentos de outros ramos. O dono de um restaurante pode criar formas de saber de antemão o pedido dos clientes, por exemplo. Isso significa redução dos riscos da produção e garantia de vendas.

A economia avança a partir da competitividade, que, por sua vez, cresce com o aumento do número de recursos de interação com os clientes. A competição é sadia para empresários e consumidores, na medida em que passam a existir mais opções de produtos e mercadorias de melhor qualidade. Portanto, empresário, use a criatividade para criar ferramentas de comunicação com seu consumidor. Pesquise como a concorrência interage com o mercado e faça diferente, faça melhor. Isso é inovação!

A inovação acontece de diferentes maneiras. Se uma empresa muda o meio pelo qual vende seus produtos ou a forma de ter contato com o cliente, realiza uma inovação! Este é o caso da fábrica Camiseteria, do empresário carioca Fábio Seixas, que vende seus produtos através de um site. “A Camiseteria.com promove um concurso permanente de estampas: os próprios clientes criam os desenhos das camisetas e também escolhem, por meio de votação, quais as blusas que vão ser produzidas.”

Ao criar o concurso de estampas no seu site, Fábio Seixas apostou na interatividade que a internet oferece, estabelecendo uma relação diferenciada com os clientes. Os usuários do Camisteria.com tem perfil individual, com foto e dados pessoais, e até um blog, onde pode trocar recados. “O Camiseteria,com é uma grande comunidade virtual. Eles (clientes) entram no site pra socializar, conhecer novas pessoas, trocar idéias, expor opiniões, enfim, colaborar nesse novo mundo aí de internet”, explica o empresário.

Todas as estampas de camiseta no site participam da votação. Após 10 dias, a fábrica fecha o ranking e as mais votadas são impressa nos tecidos. Com a ajuda dos clientes, a Camiseteria vende mais de três mil peças por mês e segue crescendo. “Enquanto qualquer outra empresa de moda precisa pesquisar o mercado, ir pra outros países, eu simplesmente não preciso me preocupar com a tendência, porque o que sai de resultado desse processo já é o que o público quer”, destaca Fábio Seixas.

Fonte: http://www.facadiferente.sebrae.com.br


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