quarta-feira, 17 de junho de 2009

Autoconhecimento e profissão




Na antiga Grécia, a esfinge já nos dizia: decifra-me ou devoro-te.
Qual o enigma que nos é apresentado?
E a resposta: Conhece-te ou perecerás.

E o que é o autoconhecimento?
Qual sua relação com o bom desempenho de uma profissão Comecemos pelos aspectos semânticos:
- CONHECER é estabelecer relação do sujeito (que conhece) com o objeto (que será conhecido). Sem declinar os conceitos de sujeito e objeto, nessa questão do autoconhecimento, sujeito e objeto são um só. Sou eu o sujeito que, no caso, me faço objeto de conhecimento. Objetivamente? Subjetivamente?
- BOM DESEMPENHO PROFISSIONAL, significa empenhar-se com zelo para dar conta de uma profissão. No sentido de professar uma crença nos procedimentos inerentes ao seu fazer profissional.
E até que ponto o desempenho profissional poderá ser beneficiado pelo autoconhecimento? Penso que o sucesso dá-se, a partir do momento em que nos damos conta das nossas reais possibilidades. Das nossas capacidades e de nossas fragilidades. Principalmente destas últimas. Acredito que seja a identificação dos próprios limites que nos permite envidar esforços na sua transposição. Ou na possível e harmoniosa convivência com esses limites, pela sua simples constatação. Não poucas vezes, nos deparamos com capacidades individuais potencializadas devido à identificação das próprias fragilidades. Ao serem percebidas, muitas vezes, nossas fragilidades podem ser minimizadas.
Porém, lamentavelmente, nos currículos escolares nem sempre são inseridos conteúdos que contribuem para o autoconhecimento, visto que não fazem parte da formação técnica. A necessidade fremente da formação especializada, impõe cargas horárias vultosas de conteúdos específicos. Em detrimento daqueles de formação geral que, quando contemplados, aparecem com o mínimo exigido por lei e, em muitos casos, nos dois últimos horários, na sexta-feira.
Basta uma rápida olhada ao redor para contabilizarmos a proliferação de variadas, e legais, possibilidades de se obter uma graduação. Inclusive de nossa própria casa, via Internet.
O que caberá, então, aos nossos graduados? Dizem os especialistas em mercado de trabalho que deverão buscar o diferencial. Diferencial para um mercado que se modifica na imensa velocidade com que são geradas novas informações. Se ontem, saber uma língua estrangeira era necessário, já há quem afirme que é recomendável ser trilingüe.
O que fazer?
Como dar conta de tantas exigências rapidamente modificadas?

Daí a minha proposta. Sem desconsiderar as exigências reais de mercado, comece pelo conhecimento de si. Associe à sua capacidade técnica, à sua competência atualizada, ao seu diploma, o empenho constante e disciplinado no autoconhecimento.
Crie oportunidades para se conhecer enquanto ser humano que se faz sujeito, no conceito mesmo de “aquele que pratica a ação”, ou seja, é dono de seus próprios atos. Para se identificar nas relações intersubjetivas que são estabelecidas no cotidiano e, nesse processo reconhecer, com a devida clareza, das já citadas capacidades e fragilidades. Que também estão presentes nos demais sujeitos dessa interação cotidiana a qual você se submete.
Reserve tempo e busque os meios para se descobrir, de fato como você é, com sua singularidade e suas reais possibilidades. Não se espante ao perceber que, gradualmente os seus horizontes podem ampliar-se e novas fronteiras surgirem.
Acredite que o seu sucesso começará, sem dúvida alguma, no momento em que crer e praticar a máxima - Conhece-te a ti mesmo. Assuma, cotidianamente e tenazmente, esse compromisso consigo mesmo. O resto virá por acréscimo.

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