quinta-feira, 17 de junho de 2010

AUTOS & baixos na carreira



Conheça os segredos para você se manter em alta no mercado e tentar ficar longe do corte nas empresas


A pressão por resultados de curto prazo (menos de um ano) atinge agora os mais jovens a partir dos 36 anos de idade. Aproximadamente um quarto dos demitidos está nessa faixa. Considerando o cargo, os gerentes são o alvo em 63% dos casos. Os dados exclusivos são fruto de entrevistas com 394 executivos demitidos (58%) e não demitidos (42%) de empresas de médio e grande portes no Brasil, com faturamento superior a 100 milhões de reais.

Ouvidos sob a proteção do anonimato, 206 executivos de RH abriram todos os motivos que levam as médias e grandes empresas a dispensar seus executivos.

Quando o corte se tornou inevitável, um administrador de empresas de 33 anos, preferiu assumir o pólo ativo da questão. O ano era 2002 e ele em uma multinacional de telecomunicações onde havia começado três anos antes como trainee. O setor de telecomunicações passava por um momento delicado (demissões a todo vapor!). Ele não esperou o facão, se antecipou e foi buscar oportunidades no mercado. Hoje, ele é diretor de marketing e vendas de uma multinacional chinesa especializada em serviços de infra-estrutura em tecnologia.

Ao contrário dele, infelizmente, a maioria dos profissionais é surpreendida pela demissão. Ou seja, ainda se coloca no pólo passivo da questão.Por isso,quando são demitidos, não têm um plano B para recomeçar. Na verdade, a demissão ainda é um tabu para as empresas e para os profissionais. Os executivos ouvidos pela pesquisa acreditam que perdem o emprego por atitudes pessoais. Já o RH revela que tanto os aspectos gerenciais (29% das demissões) como os comportamentais (32%) pesam na hora da demissão.

"No passado, se dar bem com a equipe bastava. Agora, as empresas exigem também desempenho". De fato, demissão é um tipo de assunto que os profissionais evitam. Primeiro, por um instinto de autopreservação. É natural pensar: eu faço tudo certo, por que estaria na linha de corte? Segundo, por que falar sobre demissão requer uma avaliação honesta e profunda da sua performance, do seu papel na empresa e do seu momento pessoal e profissional.


CENÁRIO MUTANTE

Cedo ou tarde você terá de encarar esse assunto. Uma série de fatores recentes explica essa premissa.Primeiro, a forte onda de fusões e aquisições.
Segundo estudos de uma consultoria especializada em recolocação de gerentes e diretores, oito em cada dez executivos perdeu o seu posto de trabalho nos últimos dois anos, depois de ver a companhia se fundir ou ser adquirida pelo concorrente. "É o velho dilema de haver uma cadeira para dois profissionais de mesma patente. Um deles acaba caindo fora".

Hoje, há nas empresas uma maior pressão por metas e resultados de curto prazo, em menos de um ano. A busca por resultados rápidos expõe, mais do que antes, os gerentes ao risco de demissão. Eles representam, aproximadamente, três em cada dez demitidos. Há sete anos, 87% das demissões de executivos aconteciam por atitudes pessoais. Hoje, esse percentual caiu para 32%. Isso porque as empresas estão mais preocupadas com o resultado.No caso dos gerentes, o desligamento acontece porque eles são os responsáveis por fazer os números virem à tona. Em outras palavras, se no final de quatro trimestres o saldo geral da operação é negativo, o gerente da área é quem perde o emprego. Por último, com um impacto bem mais reduzido sobre a demissão de executivos.

Se por um lado, a abertura de capital gera uma demanda por profissionais de finanças, auditoria e controladoria, a entrada de novos acionistas eleva a pressão por cortes de custos e otimização de resultados. Regra geral,no primeiro momento, o turnover cresce. Conhecer os fatores externos que afetam a sua empregabilidade é o primeiro passo para não ser pego de calças curtas e ser surpreendido pelo cartão vermelho. Mas tratar a demissão de forma madura, requer um esforço a mais. Por exemplo, conhecer suas ambições, seus valores, seus pontos fortes e fracos. Esse exercício exige uma auto-análise um considerável conhecimento de si mesmo. Por último, é muito importante conhecer o seu perfil profissional e buscar identificar em que lugares (áreas ou companhias) você tem melhores chances de se dar bem.


IDENTIFIQUE OS SEUS CICLOS

A maioria das demissões ocorre nos hiatos da carreira.Hiato é aquele período de mesmice, em que você não vê oportunidade de aprender coisas novas nem subir na empresa. Nessa hora, a tendência é o profissional se desconectar do chefe, da área ou da companhia. Os que conseguem identificar esse momento procuram ajuda dentro da empresa (chefe) ou fora dela (coach), antes que a questão atinja um ponto crítico.
A maioria dos profissionais, não identifica esse momento. O comum é o funcionário começar a reclamar de tudo e de todos. Ele prefere que a empresa resolva a questão o que quase nunca acontece. E aí o profissional se torna passível de demissão. Poucos sabem identificar seus ciclos profissionais. A carreira tem momentos altos e baixos, quando é preciso fazer uma reflexão mais profunda. Parece óbvio, mas um ciclo tem sempre um começo, um processo e um fim. Encerrar um ciclo nem sempre é chegar ao final, mas é negociar a sua saída. Com a globalização e a competitividade acirrada, esses ciclos encurtaram, é quando o profissional tem vontade de dar o passo seguinte. Quando fica enroscado em seu ciclo, começam a aparecer sintomas como insatisfação, desmotivação, impaciência, insegurança e desinteresse.

O autoconhecimento é a chave para identificar o fim de um ciclo. Parece bobagem, mas 80% dos executivos não reconhecem quando estão prontos para uma nova fase.

Uma autoanálise ajuda muito, por exemplo, colocar no papel seus objetivos para o ano seguinte e o que precisa fazer para chegar lá, assim é possível trilhar uma carreira de sucesso, sem ser demitido, passando por mais de uma empresa. O final de um ciclo não significava exatamente sair da organização. Tem gente que só olha para cima, é possível também efetuar uma saudável a mudança lateral, na mesma empresa.


PARTINDO PARA OUTRA

Caso decida mudar de empresa, uma ótima opção é acionar sua rede de contatos.
Dados apontam que 76% dos profissionais demitidos se recolocam graças às dicas de amigos. No entanto, é preciso manter os olhos bem abertos para saber o que acontece na sua empresa e ficar atento ao que se passa no quintal do vizinho. Afinal, nunca se sabe como será o dia de amanhã. Saber a quem recorrer e pedir ajuda, mantendo a sua empregabilidade em alta.

CARA A CARA COM A DEMISSÃO
Abaixo uma amostra do perfil dos executivos demitidos e também dos profissionais que têm se dado melhor diante de um cenário globalizado,com metas elevadas e prazos cada vez mais curtos:

QUEM SAI
1. Os gerentes e diretores
Os demitidos são gerentes e diretores,em 46% dos casos. Outros 43% pertencem aos níveis intermediários (supervisão e coordenação, principalmente).

2. Os homens e os profissionais mais velhos
Os homens somam 61% dos demitidos.Desses, 30% estão na faixa etária entre 41 e 45 anos e 18% têm mais de 46 anos.No entanto, a busca por resultados de curto prazo e metas mais ambiciosas colocam homens e mulheres com idade entre 36 e 40 anos gerentes,na maioria como o novo alvo das demissões.

3. Os sem-planos e sem-noção
Se você não tem um plano de carreira de médio e longo prazos,comece a pensar em um para não ser surpreendido,no caso de uma eventual demissão.Seis em cada dez demitidos não esperavam a notícia.Aproximadamente o mesmo número de executivos não tem um plano B para recomeçar a vida profissional.

QUEM FICA

1. Os líderes com foco no resultado
As empresas querem bater metas e faturar mais. Só assim elas se tornam rentáveis. Aqui, cabe um alerta! Há cada vez menos espaço para chefes tiranos e opressores.Está em alta quem trabalha em equipe, sabe se comunicar com os pares e motivar os subordinados.

2. Quem sabe reconhecer seus ciclos
Saber quando é a hora de partir para outra (posição, área,empresa ou carreira) e recomeçar é uma das maiores qualidades dos profissionais bem-sucedidos.

3. Os protagonistas da própria carreira
Nesta categoria,entram os profissionais que se auto-avaliam de tempos em tempos para saber como anda a satisfação com o trabalho e a vida pessoal. Estão dispostos a mudar e são adaptáveis a diferentes cenários.


Fonte: http://www.magnitalentos.com.br - Por Daniela Diniz e José Eduardo Costa

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