quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Split e o Palácio de Diocleciano


http://pt.wikipedia.org/wiki/Split
Split (Ασπάλαθος [Aspálathos], em grego; Spalatum, em latim; Spalato, em italiano) é a maior e mais importante cidade da Dalmácia, bem como o centro administrativo do condado de Split-Dalmácia, na Croácia. Está situada numa pequena península na margem oriental do Mar Adriático, na base dos montes Kozjak e Mosor.
Embora o surgimento de Split costume ser associado à construção do
Palácio de Diocleciano, há provas da existência prévia de uma colônia grega na área. Diocleciano, um imperador romano que governou entre 284 e 305, era conhecido por suas reformas e pela perseguição aos cristãos. Por ordem sua, a construção do palácio começou em 293, de modo a estar pronto quando de seu afastamento da vida política do império em 305. O lado sul do palácio fica defronte ao mar, suas muralhas têm uma extensão de 170 a 200 m e uma altura de 15 a 20 m, e o complexo todo ocupa uma área de 9½ acres (38,000 ).
Caio Aurélio Valério Diocleciano (em
latim: Gaius Aurelius Valerius Diocletianus, 22 de dezembro de 244[3]3 de dezembro de 311[5]) foi um imperador romano durante cujo longo reinado, o Império Romano saiu da fase desastrosa da história de Roma conhecida como Crise Imperial (235-284). Seu governo de 21 anos caracterizou-se pela capacidade administrativa sustentada num carácter e numa personalidade carismáticas.
Foi responsável por estabelecer as bases para a segunda fase do Império Romano, que é conhecida como a
Tetrarquia, o Império Romano Tardio ou o Império Bizantino. As suas reformas permitiram a sobrevivência do Império Romano do Oriente por mais de 1000 anos.
Nascido em
244 na costa da Dalmácia, talvez em Salona (atual Solin, na Croácia), Diocleciano era de origem muito humilde. Seu pai foi escriba de um rico senador, talvez mesmo um antigo escravo. Aparentemente recebeu pouca educação para além da elementar. A sua mulher, Prisca, era cristã, assim como sua única filha, Valéria.
Durante os primeiros anos de vida de Diocleciano, o império romano encontrava-se em crise. Os imperadores eram instáveis e concediam altos aumentos aos
soldados de cada exército para ganhar o seu apoio. Como consequência, a partir de 235, exércitos por todo o império aclamavam os seus generais como imperadores rivais.
Diocleciano procurou a fortuna no exército. Durante o seu período no exército provou ser astuto, hábil e ambicioso. Foi nomeado "Duque da
Mésia" (uma província na margem do baixo Danúbio) tendo responsabilidades na defesa das fronteiras do império. Era um oficial prudente e metódico, preocupando-se mais com a vitória do que com a glória.
Em
282 as legiões do alto Danúbio proclamaram o prefeito pretoriano Caro Imperador. Diocleciano foi bem sucedido sob o comando do novo imperador e foi promovido a Comandante da Cavalaria da guarda pessoal imperial - posto este que colocava quem o ocupava, desde Galieno, na condição de virtual candidato ao trono imperial. Em 283, foi-lhe concedida a honra de ascender à dignidade de cônsul. Em 284, durante uma campanha militar com os Persas, Caro foi morto. Este acontecimento colocou o império nas mãos dos seus dois jovens filhos: Numeriano no Leste e Carino no Ocidente. Num curto período de tempo Numeriano morreu sob circunstâncias misteriosas (seu corpo teria sido encontrado dentro de sua tenda) perto de Nicomédia e Diocleciano - após ter matado com suas próprias mãos e em público o prefeito pretoriano de Numeriano, Aper, a quem responsabilizou pelo assassinato do imperador - foi aclamado imperador, mudando seu nome de Diocles para Diocleciano. Em 285, Carino foi morto em combate perto de Belgrado e Diocleciano passou a controlar todo o império.
Na
Roma de então, o poder autocrático era incompetente para governar e defender o imenso império e várias províncias tentavam se libertar e viver sob o governo de imperadores próprios. Dada a complexidade dos problemas políticos e administrativos decorrentes da vastidão do Império Romano, bem como a necessidade de um sistema organizado para a sucessão dos imperadores, julgou Diocleciano que a forma de resolver essas questões seria dividir de facto (juridicamente ele continuava uno) o Império Romano em pars Orientis e pars Occidentis.
Partilhou o poder com
Maximiano (um general de sua confiança), que foi proclamado seu associado (César) em 285. Em 286, no entanto, diante da revolta de Caráusio, que pretendia ver reconhecida sua autoridade sobre a Britânia e a costa do Canal da Mancha, Maximiano foi proclamado Augusto, ficando estabelecido que governaria o Ocidente (pars Occidentis) a partir de Milão, cabendo a Diocleciano o governo do Oriente (pars Orientis) a partir de Nicomédia, no Mar de Mármara. Diocleciano não dividiu propriamente o poder com seu companheiro de armas Maximiano (ou Maximiliano), pois, na realidade, Diocleciano estava colocado em posição superior à de Maximiano: na titulatura então desenvolvida, Diocleciano era Jovius, semelhante a Júpiter, o máximo deus romano, enquanto Maximiano era Herculius, semelhante a Hércules, o herói máximo da mitologia romana, que, no entanto, era filho e servidor de Júpiter.
Diocleciano realizou reformas profundas a fim de salvar o império da derrocada iminente. Ele tinha três objetivos: fortalecer seu poder, reformar os métodos de governo e regenerar o exército. Para isso promoveu reformas na administração e no recrutamento militar, aumentando o efetivo militar permanente de 350 mil para aproximadamente 400 a 500 mil homens.
O que Diocleciano fez foi reformar o dispositivo militar, estabelecendo que cada província de fronteira tivesse, em condições normais, de "paz" duas legiões nela estacionadas, comandadas pelo governador. Estas "legiões", no entanto, não eram mais unidades militares ofensivas como na época do
Principado, que operavam como uma unidade, mas corpos de tropas que encontravam-se espalhadas por diversas praças fortes nas fronteiras e em suas proximidades, exercendo uma função de vigilância e defesa passiva local. Em caso de conflito aberto, que exigisse a formação de um exército de campanha para uma defesa ativa, repelindo as forças invasoras, o comando das forças militares do teatro de operações era atribuído a um dux (duque), que comandaria as legiões locais e os destacamentos (vexillationes) vindos de outras províncias - a idéia era a de separar a autoridade política do governador dos grandes comandos militares.
O Império foi dividido em quatro regiões administrativas. Em
293, cada imperador escolheu um sucessor: Diocleciano indicou Galério enquanto Maximiano indicou Constâncio Cloro. A partir de então, passaram a existir quatro imperadores, dois deles com o título de Augusto (augustus) e dois com o título de César (caesar). Os césares eram chefes militares capazes de governar e proteger o império, adotados como filhos pelos Augustos, a quem sucederiam em caso de morte, incapacidade provocada pela velhice ou decorridos vinte anos de seus governos. Os césares, lugar-tenente dos Augustos, também possuíam capital, exército e administração próprios. A essa organização dá-se o nome de tetrarquia, pois há dois augustos e dois césares.
Diocleciano instaurou o Dominato, ou seja, uma monarquia despótica e militar, de tipo helenístico. Sob a influência de idéias orientais, o Princeps converteu-se em Dominus, isto é, em amo ou governante absoluto à frente de uma grande burocracia. O imperador tornava-se "senhor e deus" e todos que eram admitidos em sua presença eram obrigados a ajoelhar-se e beijar a ponta do manto real. Extingüiu-se, com isso, o principado romano: os civis haviam sido derrotados pelos militares, e o Senado romano foi eclipsado por uma nobreza burocrática.
Sintomaticamente, Diocleciano foi o primeiro imperador "romano" a abandonar
Roma como capital, exercendo o governo a partir da cidade grega de Nicomédia na Ásia Menor, onde havia sido aclamado imperador.
Diocleciano, no decorrer de seu reinado, deve ter visitado
Roma uma ou duas vezes - a visita mais conhecida sendo quando da comemoração de sua vicennalia, o jubileu de vinte anos do seu reinado, quando deixou a cidade precipitadamente após dois pelo valor de face dependia da confiança do público. Como tal acabou por não ocorrer, Diocleciano apelou para uma regulação estatal direta - com o Edito Máximo (301).
Diocleciano reabilitou as velhas tradições, incentivando o culto dos deuses antigos. Perseguiu os maniqueus, que praticavam uma religião de origem persa. Empreendeu aquela que é conhecida por alguns historiadores eclesiásticos como a penúltima grande perseguição empreendida pelo Império Romano contra o Cristianismo: foi a era dos mártires.
Para uma personalidade tão tradicionalista quanto a Diocleciano, o abandono dos rituais do paganismo antigo em favor de uma religião de origem estrangeira só podia ser tido como algo inquietante, e o
Augusto parece ter cedido às insistentes propostas de seu César, Galério, homem de origens humildes e também, como soldado, adepto do paganismo, que considerava que a presença de funcionários cristãos na corte retirava aos sacrifícios e outras práticas rituais sua eficácia. Exatamente por isso, o pretexto que desencadeou a perseguição teria sido um sacrifício no palácio imperial de Nicomédia, oficiado por Diocleciano, em que os cristãos presentes haviam acintosamente feito gestos para desviar a presença do que, para eles, eram demônios idólatras. Em fevereiro de 303, um primeiro edito imperial ordenava a destruição geral de igrejas, objetos de culto cristãos, e a destituição de funcionários que fossem adeptos da "nova" religião; um segundo edito ordenou a prisão geral do clero.
As perseguições de Diocleciano, esbarraram, no entanto, na falta de entusiasmo de uma população já bastante cristianizada - especialmente no Oriente, onde Diocleciano e Galério governavam diretamente. Na parte do Ocidente, sob sua administração, o César
Constâncio Cloro limitou-se a aplicar o primeiro edito, também sem muito entusiasmo. O zelo administrativo dos funcionários, no entanto, foi suficiente para garantir perseguições violentas tanto no Oriente como na parte do Ocidente governada por Maximiano (Itália e África), que só arrefeceriam em 311, quando Galério, moribundo, emitiu um édito de descriminalização do Cristianismo junto com seu César Licínio e pediu orações aos cristãos pelo seu restabelecimento. O édito de tolerância de Galério abriria caminho ao Édito de Milão de 313 - editado por Licínio e Constantino I - que não apenas toleraria o Cristianismo mas o reconheceria como uma das religiões oficiais - e finalmente a única - do império.
Esta grande estrutura já estava abandonada quando os primeiros cidadãos de Split fixaram residência na parte de dentro de suas muralhas: em 639, os refugiados da cidade de Salona, destruída pelos ávaros, converteram o interior do palácio num vilarejo. Ao longo dos séculos, aquela comunidade cresceu e ocupou as áreas em torno do antigo palácio, mas este constitui, ainda hoje, o centro da cidade, ainda habitado, com lojas, mercados, praças e uma catedral cristã (em que se transformou o mausoléu de Diocleciano) inseridos nos corredores, pisos e muros do antigo palácio.
Ao longo de sua história, Split foi governada por
Roma, pelo Império Bizantino e, intermitentemente, pela nobreza croata e húngara. Em 1420, assumiu o controle a República de Veneza, que o perdeu em 1797 para a Áustria-Hungria. No período de 1806 a 1813, a cidade esteve sob controle napoleônico.

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