terça-feira, 6 de abril de 2010

Problemas de convivência com o chefe?



Veja qual é a melhor postura a adotar

Quando o assunto é a relação chefe x subordinado, muita gente se assusta. A infinidade de histórias absurdas que envolvem a convivência conturbada entre gestores e subordinados vira até tema de livro. E não é pra menos - enquanto alguns conseguem manter o bom clima e relação agradável com o superior da área, em outros casos, essa política da boa vizinhança é praticamente esquecida.

O profissional pode ter uma parcela de culpa nisso, mas um dos principais papéis de uma boa liderança é banalizado por alguns gestores: trazer o grupo para perto, ganhando o respeito e cooperação de todos. Sim, muitos chefes, que são apenas chefes e não líderes, passam dos limites e o que era pra ser respeito, torna-se medo ou algo muito pior. "Na prática, é extremamente difícil lidar com um chefe problemático, com variações de humor e personalidade. Mas o profissional deve procurar ter um grau de domínio emocional muito grande, porque ele não pode deixar que o comportamento daquela pessoa afete a sua vida profissional ou pessoal", aconselha Silvio Celestino, coach de executivos, VP do chapter São Paulo da Federação Internacional de Coaches e autor do livro "Conversa de Elevador, um fórmula de sucesso para sua carreira".

Celestino afirma que com facilidade podemos encontrar gestores com perfis comportamentais bastante difíceis, que acabam se tornando o centro das atenções de todos à sua volta - negativamente. "Todo mundo gira em torno dele, querendo acalmá-lo, tentando não deixá-lo nervoso. Isso gera um contexto bastante empobrecedor da posição de um profissional dentro da empresa, até porque, não é obrigação de ninguém acalmar chefe", aponta.

Apesar de esta realmente não estar entre as atribuições de nenhum profissional, o medo que muitos têm de perder o emprego inibe qualquer manifestação de repulsa a atitudes questionáveis do chefe. "No Brasil, normalmente, os empregados veem a estrutura da empresa como uma monarquia, como se o presidente fosse o rei, os diretores os vice-reis. Mas não é assim. Nós não só temos o direito como a obrigação de impor limites, independente do cargo ou posição de quem nos falta o respeito", completa.


O perfil deles
Para Vanessa Araujo, consultora de Recursos Humanos da Luandre, a maioria dos gestores que tem postura rude, grosseira ou pouco educada é assim porque sofre de alguma insegurança ou não está alinhado aos objetivos da empresa. "Um gestor alinhado com a empresa busca resultado, e isso está diretamente ligado com a questão do bom ambiente de trabalho, respeito, envolvimento das pessoas", afirma Vanessa. Claro que também pode ser uma característica pessoal - o que, como bem disse Celestino, não tem de dizer respeito aos profissionais da equipe.

O tom de voz alterado, a bronca num e-mail coletivo ou até mesmo, em casos mais extremos, os gritos e palavras impróprias para o ambiente são indícios claros de uma gestão problemática. "Essas atitudes conseguem desmotivar toda uma equipe. Afinal, não é fácil trabalhar com uma pessoa que nunca está satisfeita e leva seus funcionários a situações de constrangimento", diz a consultora.

Diante disso, um desafio para qualquer profissional que faça parte de uma gestão problemática é saber a melhor maneira de lidar e conviver com ela. Segundo Celestino e Vanessa, há alguns pontos que precisam ser exercitados, um conjunto de posicionamentos:


* Mantenha a calma, já basta um explodindo: seja firme para dominar sua voz, seus gestos e respostas - agir no calor do momento sempre gera arrependimentos

* Prepare-se para falar: esteja sempre embasado tecnicamente, em todas as suas ações.

* Entenda suas demandas: preste muito atenção no que lhe for demandado, tire todas as dúvidas e esteja certo do que seu gestor espera deste trabalho

* Seja educado: educação não é seletiva, isso é, você precisa usá-la independente de como tratam você

* Gere resultados: contra fatos e dados não há argumentos, então seja produtivo

"Ninguém é inatingível o tempo todo, uma hora ou outra acaba baixando guarda e aí é o momento certo para se aproximar um pouco mais, tentar ter uma conversa menos formal. Mas tudo isso tem de ser natural, não há como dizermos qual é o momento certo, o profissional precisa sentir e agir naturalmente", aconselha Vanessa. Ela reconhece que nem sempre é fácil ser frio e calculista desta forma, mas que não passa de uma questão de prática, de exercício.

E se nada der certo...
O trabalho não precisa ser um parque de diversões, e dificilmente será, mas também não é para ser um lugar pesado, insuportável de estar. Por isso, da mesma forma como a empresa avalia seus profissionais constantemente, é importante avaliar o ambiente de trabalho e o quanto ele tem contribuído positiva ou negativamente para sua vida. "Da mesma forma que você precisa do emprego, a empresa também precisa de você. É preciso ter um posicionamento maduro para entender essa relação, que é bilateral", garante Celestino.

"A gente não tem a função de servir o trabalho, é ele que tem de nos servir - para o nosso crescimento, desenvolvimento e melhoria. Se a situação é suportável, ok, vamos esperar um pouco, porque pode ser uma forma de exercitar a paciência, sensatez, poder de resiliência. Se não, se realmente passou do seu limite, com certeza há outros lugares que saberão valorizá-lo e respeitá-lo como profissional, busque-os".

Por Viviane Macedo
Em São Paulo


Fonte: http://empregocerto.uol.com.br/info/dicas/2010/04/01/ult7031u450.html

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