segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Diário de Bordo - Parte 1 - 04 de julho

A CHEGADA TURBULENTA
Veneza -Italia, 04 de julho de 2008 (sexta-feira)



Dia 1 – O embarque não foi rápido nem simples, como qualquer viagem internacional hoje em dia. A companhia aérea questionou a falta do meu bilhete de volta ao Brasil, expliquei que partia para trabalhar em um cruzeiro marítimo e regressaria ao Brasil no próprio navio. Depois vamos pesar as malas e é claro que as duas estavam com excesso de peso, lá fui eu choramingar para não pagar a multa de excesso de bagagem. Ao ingressar no avião e perceber que minha poltrona ficava lá no fundo do avião bem na porta do toalete, já imaginei o que me esperava além do desconforto de espremer meu 1.20m de comprimento de pernas naquela poltrona apertada da classe econômica. Mas foi um pouquinho pior, do Rio a Lisboa tive uma companheira, do Rio a Lisboa tive uma companheira de poltona que tossiu a noite inteira, ela dormiu, eu não consegui dormir.




Chegando a Lisboa tive que atravessar o aeroporto correndo para não perder meu vôo de conecção para Veneza e lá vamos novamente a outro momento de agonia, convencer a Policia Federal de Lisboa a me despachar rápido, pois meu próximo vôo partiria em apenas 20 minutos.
Finalmente dentro do avião de Lisboa a Veneza o cansaço me tomou, dormi a viagem toda. Cheguei à cidade de Veneza por volta das 12h, após 9h50 de viagem do Rio de Janeiro a Lisboa, mais 2h20 de viagem até Veneza. Estava cansada, precisava de um banho e o fuso horário em Veneza era de 5h à frente do Brasil, meu corpo só queria desmaiar em qualquer cama.
Saindo para o hall do aeroporto andei de um lado para o outro e nada do transfer, ninguém apareceu para me buscar. Arrastando duas malas pesadas sai à procura de cartões de ligação local e internacional. O agente portuário que tem a função de cuidar dos tripulantes da chegada ao aeroporto até o momento de embarque no navio alegou ter a informação errada do meu vôo de chegada. Resolvida esta pequena confusão e após telefonar para minha mãe e o namorado no Brasil só para dar um oi e avisar que cheguei inteira encontrei o motorista. Este senhor italiano que não falava nenhuma palavra além do seu próprio idioma me avisou gesticulando e mostrando alguns papeis que deveríamos aguardar mais duas horas por um grupo de outros quatro tripulantes que provinham de Manila nas Filipinas. Eu quase deitei no chão do aeroporto e chorei, aquelas duas horas a mais iam me matar.
Finalmente meus outros quatro companheiros de navio chegaram, depois de viajar por 20horas, e eu estava reclamando do que mesmo? Nossa, nem tinha comparação o sacrifício deles, nos deixaram no hotel em Mestre, 30 minutos de distância do centro de Veneza.
Pleno verão e alta temporada, um calor absurdo, minha primeira viagem a Europa, sem falar italiano, cansada e com fome perambulei pelo local em busca de comida, farmácia, supermercado e Internet café, acabei passando o dia inteiro na rua, não era fácil encontrar o que eu precisava, para minimizar o peso nas malas eu não levei xampu, sabonete e nem um creme hidratante.
No jantar do hotel encontrei mais tripulantes que iam para o mesmo navio, três deles brasileiros que queriam sair para passear, eram 21h e o dia estava claro, me despedi e fui para cama, estava exausta.

Um comentário:

  1. Lú,
    ficou muito bom o seu diário....parabéns pelas fotos e pela riqueza de detalhes....
    bjs!!!

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