terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mykonos, labirinto de buganvílias





























Quem não ouvia falar de uma tal ilha grega, fabuloso paraíso gay, lugar de excessos e possibilidades ? Atualmente, os ânimos acalmaram e podemos afirmar que o ambiente é, sobretudo, ecléctico e elegante. Em que vale tudo menos deitar cedo. A cidade de Mykonos permanece um labirinto de ruas estreitinhas, com as suas habitações brancas e geométricas, coloridas por buganvílias rosa escuro pendentes dos muros e das varandas. Foi assim planejada para despistar os corsários que a invadiam e conseguiu, após outras incursões – as turísticas –, fazer prevalecer a sua beleza calma e austera, perfumada por figueiras, sob o sol quente da tarde. É nessa altura do dia que se aconselha um passeio demorado, sem mapa na mão, que de qualquer modo é impossível de compreender.
Pequenas surpresas reservadas por uma cidade cosmopolita que convive em harmonia com a sua esfera mais privada. É por volta das sete da tarde que a ilha começa a fazer jus à sua fama mundial de capital do hedonismo. O comércio abre as portas e os veraneantes abandonam as praias para se deleitarem com os prazeres urbanos das compras e dos petiscos, ou então assistir ao pôr-do-sol junto do bairro pitoresco de Little Venice (ou Pequena Veneza, se preferir). O mesmo que ficou imortalizado pelo filme Zorba, o Grego com Anthony Quinn, que aí chegou a residir, encantado com o romantismo do lugar, emoldurado pelo Egeu e por edíficios que parecem suspensos sobre o mar. Tendo, precisamente, o Egeu pela frente e os famosos e fotogénicos moinhos à esquerda, centenas de pessoas preparam-se para a despedida de mais um dia. Dirigem-se, tal qual seguidores de um ritual sagrado, às esplanadas já douradas pelo sol para finalizar uma provável jornada de praia, de cocktail na mão, e iniciar outra: a dos restaurantes, bares e discotecas, que aquecerão a ilha até que o sol volte a brilhar.
Os jantares na cidade são tardios e repartem-se entre a zona das esplanadas à beira-mar, restaurantes sofisticados partilham as ruas estreitas com boutiques luxuosas. É, no entanto, à meia-noite, quando finalmente o comércio encerra – deixando a ilha na penumbra natural da noite - que a animação tem o seu verdadeiro início. Uma pequena multidão bem parecida e bem vestida – por vezes com pouco mais do que uma longa cabeleira e biquini assinado -, invade as ruas e vai-se movimentandoaté o encerrar de cada bar. O ambiente, apesar de festivo, parece surpreendentemente saudável: gays ou éteros, fator que aqui não assume qualquer relevância – mantêm a graça até ao fim.As praias da ilha são verdadeiros postais a três dimensões, onde o mar é transparente, as areias brancas, o sol escaldante e os guarda-sóis feitos de folhas secas. Nas mais frequentadas nada falta.
http://www.mykonos-web.com/mykonos/history_mykonos.htm
Ao explorar a história de Mykonos é difícil encontrar um começo exato. Se nós consideramos seu lugar na mitologia do grego clássico diz-se que Hercules e Poseidon tiveram uma mão em destruir algus gigantes que se opuseram a Zeus nesta ilha. Mais tarde, como a história continua a ilha foi nomeada em honra ao neto de Apolo. Durante estas épocas antigas, Mykonos, devido a sua proximidade a Delos, que era altamente povoada, tornou-se muito importante como fonte de abastecimento. A curta distância de dois quilometros era muito percorrida entre as duas ilhas. Para razões religiosas se diz que ninguém deveria nascer ou morrer em Delos.
Enquanto a ilha de Delos começou a se tornar um centro sagrado, Mykonos sofria a influência de diferentes povos que viriam controlar a região nos próximos anos. Os Fenícios, os Macedônios, os Atenianod deixaram sua marca mas não até a vinda de Alexander o grande, quando o destino de Mykonos tomou um rumo melhor, se transformando em um centro comercial para a agricultura e o comércio marítimo. Os depósitos da argila de alta qualidade igualmente melhoraram a importância da ilha, já que os recipientes cerâmicos eram o melhor meio de preservar e de exportar bens durante este tempo antigo. Devido a sua posição geográfica com estradas transversas para o transporte e a proximidade da ilha de Delos, Mykonos continuou a prosperar, alcançando um estado de riqueza enorme durante a época da ocupação romana e o reino de Augusto César.

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