terça-feira, 17 de março de 2009

Como a crise financeira afeta o mercado de trabalho


Head Hunter avalia os impactos na disponibilidade de emprego

Uma grande preocupação para os profissionais em busca de oportunidades de empregos no Brasil é a crise financeira que se iniciou nos Estados Unidos e se alastrou por todo o planeta.
Aqui no país, diversas empresas têm anunciado férias coletivas, prenúncio de demissão para os trabalhadores mais experientes. Tais notícias assustam quem está no mercado de trabalho, e principalmente, quem vai entrar nele.
“A redução do crédito e aumento dos juros gera diminuição do consumo, o que, por sua vez, leva as empresas a ajustarem seus volumes, reduzindo produção e diminuindo as vagas de trabalho.”, explica Ivan Witt, head hunter e sócio da Steer Recursos Humanos, consultoria especializada em seleção de profissionais para cargos de alta qualificação e aconselhamento profissional e financeiro.
“Porém, o consumidor brasileiro ainda está ávido por produtos. Essa vontade é, no entanto, diretamente proporcional às facilidades que ele tem para comprar.”, completa. É justamente por causa disso que o governo está intervindo, liberando recursos para alguns setores, como o automobilístico.
“O mercado é conservador e não quer correr riscos que deteriorem ainda mais o resultado das empresas. Ajustes na mão de obra serão feitos se não houver reação na demanda por produtos e serviços”, afirma Ivan, que já foi executivo da indústria automobilística.
Segundo a avaliação da Steer Rh em relação aos seus clientes, não há planos imediatos de reestruturar o quadro de funcionários indiretos, para não serem pegos de surpresa no momento em que o mercado se reaquecer. “Estão todos assumindo uma postura de cautela. Ninguém abrirá mão de profissionais qualificados, difíceis de encontrar e recrutar. Se disponibilizados, tais recursos rumarão para a concorrência”, avalia Ivan. Para ele, os empresários entendem a mecânica do mercado e fazem um esforço responsável para evitar demissões e não diminuir o contingente de consumo que sustenta as empresas.
O Brasil de hoje, onde a classe média é a maioria, tornou-se o 6º maior produtor de automóveis no mundo, o 4º maior em consumo de PCs e dispõe de democracia estável. “Devemos apostar na continuidade do crescimento do mercado interno, mesmo que num ritmo mais modesto do que estávamos experimentando”.
Vantagem Antes da crise, encontrar um profissional qualificado estava difícil. Falava-se em apagão de talentos. Esse hiato no crescimento econômico dará oportunidade para uma revisão na política de contratação e desenvolvimento de colaboradores internos. “Nessas horas é preciso coragem e investimentos para formar o plantel que irá buscar os resultados que a empresa necessita no futuro”, aconselha Ivan.
Postura O cenário econômico é cíclico e períodos difíceis não deveriam mais surpreender ninguém. Infelizmente não é assim. As empresas deveriam ensinar seus funcionários a planejarem suas finanças e ajudá-los a programar seu futuro, para que tenham reservas estratégicas. “É hora de ampliar o conhecimento do planejamento financeiro em longo prazo”, diz Ivan. Aos que ingressam no mercado de trabalho, cabe ter paciência e persistência. As oportunidades continuam por aí, talvez agora em posições geradas pela própria crise. “Não desista”, aconselha o Head Hunter. Os profissionais posicionados no mercado devem focar única e exclusivamente em fazerem seu melhor, realizando suas atividades com qualidade e aprimoramento. “Afinal, caso haja demissão em determinada empresa, os melhores manterão seus empregos.”, finaliza Ivan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seus comentários sobre a matéria.

O que você precisa?

BuscaPé, líder em comparação de preços na América Latina